Para que possamos visualizar um papel relevante dos programas de desenvolvimento regional, impactando diretamente no ciclo migratório do Brasil e a interiorização do desenvolvimento econômico, temos que esclarecer os motivos que levam ao homem do campo sair de sua terra e migrar para cidade grande na busca incessante de um nível de renda mais elevado.
De acordo com Martine (1987), entre 1960 e 1970 aproximadamente 13 milhões de pessoas abandonaram residências rurais em busca dos centros urbanos, o que correspondia a 33% da população rural no início do período. No período entre 1970 e 1980 a população de migrantes que abandonaram o meio rural foi de aproximadamente 16 milhões, o que correspondia a 38% da população rural no início do período. Esse fluxo migratório, segundo Martine (1992), foi influenciado pelos seguintes fatores:
1. a expansão da fronteira agrícola;
2. o modelo de urbanização; e
3. a estratégia de modernização da agricultura.
Como Martine traz o problema da extrema modernização da agricultura e a grande urbanização, foram motivos cruciais para termos um elevado nível de migração no Brasil, para que diminuíssem este tipo de migração brasileira do homem do campo para cidade grande, foram criados programas de desenvolvimento regional, como por exemplo, a SUDENE, que tem como objetivo crucial, desenvolver a região na qual esta destinada a apoiar.
Um dos objetivos destes programas é o de fixar o homem no seu meio, para que a migração não venha acontecer de maneira tão excessiva, como acontecia em um período anterior. Tendo como incentivo agora um programa de desenvolvimento, o homem do campo pode manter-se na terra e produzir bens, pois terá agora um mercado favorável.
Se olharmos por outro lado, o desenvolvimento do espaço rural levou a uma modernização da agricultura, que diminuiu o trabalho no meio rural. Levando neste momento o homem do campo novamente a migrar para a grande cidade, a procura de emprego e vida melhor.
Se levarmos em consideração a renda urbana atrai migrantes para as cidades enquanto a renda rural atua como fator de restrições às migrações rural-urbanas. O homem do campo tem formação ligada a terra, portanto no meio urbano terá uma renda de menor potencial, fazendo com que a renda que o mesmo terá no campo, mesmo em menor potencial será mais rentável do que a ser recebida na cidade. Visto que na cidade o “exercito de reserva” é maior que no campo, portanto no campo o nível de renda será elevado em relação à cidade. Este ponto se torna positivo na analise do período.
REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
LIMA, Ricardo Chaves. UM EXAME DOS DETERMINANTES DAS MIGRAÇÕES RURAL-URBANAS NO BRASIL
MARTINE, G. Êxodo rural, concentração urbana e fronteira agricola. In: MARTINE, G.G.; GARCIA, R.C. (eds.). Os impactos sociais da agrícola. São Paulo: Caetés, 1987.
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